Sinfonia de Paris
A falta de discrição de Sinfonia de Paris é maravilhosa. Um filme bom é feito de muita azeitona na empada, digo, no caso desse musical, contrate uma das maiores estrelas de Hollywood (Gene Kelly) e um de seus maiores diretores (Vicent Minelli). Até aí, tudo bem, mas o pulo do gato é sonoro: não contrate um sujeito pra criar as músicas do filme, simplesmente compre as músicas do maior compositor americano do século XX que eles conheciam até então (o filme é de 1951). Todas as canções do filme são de Gershwin, se você não gosta de Gershwin, ou você é surdo ou é uma encarnação do capeta. A personagem francesa do filme diz que Fascinating Rhythm não é música e percebam como o cara não é só francês mas ele também rouba a namorada do Gene Kelly.
Gene Kelly considera esse o filme mais legal que ele fez. Logo, ele acha Sinfonia de Paris MELHOR do que Cantando na Chuva. O Gene Kelly não é bobo, apesar de eu discordar milimetricamente da sua opinião. Afinal, o próprio está pegando fogo nesse filme, ele dança com velhinhas, com crianças e canta em francês, algo que ele repetirá depois no filme mais gracioso da história e o mais deliciosamente mal coreografado: Duas garotas românticas.
E se você conhece a composição An American in Paris e sabe que ela tem, sei lá, uns 18 minutos de música, espere até o final do filme, que é, em termos de dança, música, direção, direção de arte e fotografia, a cena de musical mais impressionante que eu já vi na minha vida.
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