Babel

Apesar da metáfora da Torre de Babel ilustrar a falta de comunicação entre os homens por causa das diferentes línguas, Iñárritu na verdade investiga razões mais profundas para o desentendimento entre os homens.
Ao colocar suas diversas e heterogêneas personagens num mundo globalizado e concomitante, o cineasta mexicano nos revela pessoas com vontades, sentimentos, políticas e preconceitos diversos, o que leva este universo global a sofrer um abalo. Fosse o filme uma comédia de erros, a inocência das crianças marroquinas com o uso de um rifle desencadearia um terremoto de risos. Porém, como estamos no reino da tragédia, este simples ato causa problemas internos e de relações das personagens. Para a nossa infelicidade, o mundo não funciona com regras fixas e, como tudo pode ser pior, nosso “destino” não está somente em nossas mãos; ele está à revelia de nossos amores, familiares, conhecidos e, principalmente, desconhecidos, tanto o guia marroquino de Brad Pitt quanto o pai rico de Rikko Kikuchi.
Infelizmente, em Babel, (e este talvez seja um grande defeito) apenas os mais abastados se safam. Porém uma de suas qualidades é que, como numa boa tragédia, nós, humanos com vontades, sentimentos, políticas e preconceitos diversos, carregamos as marcas para sempre.
1 Comments:
Babel me lembrou demais Crash. Não consegui gostar de nenhum dos dois.
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