Wednesday, February 14, 2007

Antônia

Vi Antônia no Cinemark e só tinha eu no cinema, de modo que, se quisesse, poderia soltar um pum na sala e ninguém ia reclamar.


Muito bem dirigido por Tata Amaral, o filme conta a história do grupinho musical de minas da Brasilândia. Ele têm as mesmas frescuras temáticas/estéticas que são a moda do cinema paulista e tem como principal referência Cidade de Deus. Por incressa que parível, eu compactuo com tudo isso, desde que seja bem feito.


E Antônia tem quase tudo lá: uma boa montadora, boa luz, bom som, algumas cenas excelentes com mérito da direção e da atuação (o pesadelo da garotinha), alguns ótimos não-atores (Thaíde, que entra na classificação de adorável canastrão, como Clint Eastwood e Alec Bladwin). É possível afirmar, inclusive, que a Brasilândia de Tata Amaral é muito mais cativante que a Cidade de Deus de Meireles.


Só que Antônia não é Cidade de Deus porque falta no primeiro, e sobra no segundo, força dramática. Em Antônia nada se desenvolve, as coisas simplesmente acontecem. Você pode contra-argumentar dizendo que a vida real é assim, mas já aprendemos que, nesse quesito, a vida real é extremamente desinteressante.

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2 Comments:

Blogger Jasmin said...

Suza, me coloca aí de novo que quero escrever sobre um filme.

7:12 PM  
Blogger Raul Arthuso said...

concordo com a crítica, Suza.
Aqueles tais de conflito, pontos de virada, a presentação de personagem, obstáculo e desenvolvimento foram todos pra casa do caralho.

7:31 PM  

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